26 de jun. de 2024

Poema

 



Pressuposto

 

Eu, poeta de meia tigela

A procura de palavras para descrever o que sinto

Tudo minha culpa, não minto

Quando morre de fome a espera, a vontade

E tudo que há de bonito

 

E no fim

Fica a sensação de nada alcançado

 

Essa noite eu te vi nos meus sonhos

E você estava tão bonita

Pena que chorava e dizia que não podia ficar

Eu chorei

E acordei com medo, suado e sem ar

 

É assim que levo a vida ultimamente

Esperando o amor voltar

Como quem bata a porta sem pretensão

E diz:

 

- Estou aqui, pode voltar a ser feliz

 

Uma vida inteira a espera disso

Um ano inteiro esperando o corpo sarar

A falta que faz você

 

É uma abstinência rotineira da sua risada

Do seu cheiro e do seu olhar

Eu, morrendo e vivendo

Nesta sina constante de te esperar

 

.

(Romulo Chaul)


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