5 de jul. de 2011

Poema

Faxina


Inquieto.
Coração, corpo, cabeça
E tudo mais
Pedindo paz
Nesse entardecer.


Ter que abrir mão,
Dizer não ao que
Mais queria
Por fome, valor ou medo
E ter de escolher a dedo
Palavra que mais
Machucaria.


Não trouxe calma
A esse padecer
E nem cessou o sofrer
De quem mais devia.


Ao pó retornou
Varrido pra debaixo do tapete
E acumulado por mais um ano
Uma vida, um verbete
O que a vida inteira esperou
E disse de amor pronto:
Não.


Chega de nó(s)
Chega de dó
Chega de utopia.


O amor empoeirou,
Como o chão que
A empregada
Varria.


.
(Rômulo Chaul)