27 de set. de 2016

Poema



Reposicionamento

Esse não é um daqueles poemas
Que se vomita bêbado
Às 4 da manhã
Com uma pitada de carinho
E um quarto de solidão

Esse poema é um ódio destilado
Que escrevo
Pra evitar te dar um murro
Quando te ver

Esse poema doí

Mais doí mais em mim,
Do que em você

É a prova do saco cheio
Do amor estropiado
E da graça, desgraça
Que enfeitou meu colchão

Solitário
Frio
Frígido

E nem pensem que é ladainha
Que é medo de deixar sozinha
Medo dela escapar

Se o que escapuliu foi seu sol
Que só arde na rua
E esfria feito grua
Quando nua no meu penar

É mais um grito que está engasgado
Quando você pensa que pode enganar

Eu sinto um bocado de ódio
Por não ver
Que e vida girou
E agora eu estou no mesmo lugar
Que o outro estava há cinco anos

Eu sou o futuro do pretérito
Nos seus planos.

.

(Romulo Chaul)