15 de out. de 2007

Poema


Sem ti
(mentos)

Nosso amor é assim:
Irreal e verídico, belo e bobo
Um abstrato realista que tramita entre
O Jornal Nacional e as novelas da Globo

Mentiras verdadeiras e absurdas verdades
Um belo resumo de uma epopéia maior
Cópias originais e programas religiosos
Bem ao estilo da TV Record

Em geral, é aquele vai e vem,
Um dia a gente ainda se vê
Novela mexicana contraditória assim,
Só mesmo no SBT

Ficção documentada, confusão entre iguais
Amor estranha assim eu nunca vi
Nem mesmo nas vinhetas da MTV,
Passando assim:
“No Telecine e em outros canais”
.
(Rômulo Chaul)

8 de out. de 2007

Poema

Espelho

Olho para o espelho,
Não vejo nada
Nem ninguém.

Não vejo nada além,
Dessa miopia
De sonhos perdidos
Desse navio sem rumo.

Meu olhar profundo
Me procura
Onde estou?
Quem é você?

Não me reconheço
Nesse olhar velho e cansado
E esse rosto enrugado
Que me vê?
Cadê eu?
...

“Cadê você?”
Responde o espelho
Os anos não perdoam...

E essa velha face indaga:
Cadê o menino
Que um dia eu vi aqui?!
Cadê aquele olhar?
O brilho?

...

- Perdi!

.

(Rômulo Chaul)