10 de jun. de 2011

Poema

Sede


Eu disse: eu te amo
Ele disse: eu sei
Um cheiro no pescoço
E se foi.


Deixou apenas
Meus olhos molhados
De saudade
Minha dedicação pra vida toda
E a descoberta do amor.


Pra que tamanha maldade?


Pra me deixar mais vulnerável.
Mais frágil a sentimentos
Que sempre afastei
E tudo que agora sei
É o tamanho da dor.


Rima que dilacera
Esse meu peito amador.


Resta agora eu só
Meus poemas, cinemas e clichês
E o desabafo no caderno em branco
Dói, dói tanto que nem devia.
Dói tanto que eu nem sabia
(Ou podia imaginar)


Nós dois na rua vazia
Sem a menor fome
E ainda assim famintos.
Sedentos, bem mais que tantos,
Excitados como quem peca.
Éramos nós dois.


Rima essa que agora seca.


.
(Rômulo Chaul)

Um comentário:

Anônimo disse...

Caraleo que bixona!! kkkkkkkkkkk