15 de mar. de 2012

Poema

Voyeur


Você quando está bêbada
Esquece completamente
Que está acompanhada
Esquece que tem alguém
Que tem que cuidar
O que importa é a diversão


Foda-se quem está perto
Nesse seu destino incerto
De amar
E dar satisfação


Você quando está bêbada
É alguém que não conheço
Que não combino
Que vejo que desafino
No passo do pesar


É alguém que não canso de olhar


.
(Rômulo Chaul)

14 de mar. de 2012

Poema


Excomunhão


Vai, vaza
Segue a própria desgraça
Enquanto a caça é morta
Mas não te acompanho até a porta
Você sabe por onde sair


Vai, vaza
Pica a mula e faz da farsa
Bobagem pouca
Faz de louca
E finge ser feliz


Faz jogo de meretriz
Dizendo que é valente


Mente!


Diz que a tapa à cara
Você nem sente.


.
(Rômulo Chaul)

13 de mar. de 2012

Poema

Artifício


Vida presa na tela
Da palma da mão
Dela
Sem poder de opinião


Cabe naquele
Tonto
Um conto de noivado
Queimado a ferro e a fogo
Em asas de querubim


(Era?)
Amor!
(Viela do meu botequim)


Não mais a minha
Tatuagem no céu
Da sua boca íngreme


Não mais abraços
Dados passos que oprimem
Vendo escorre saliva
Na testa dos que me dizem:


(Em vão!)


Não mais ameaças
De arrumar comparsas
Pro seu manequim


Encerra-se essa novela
Enquanto lanço meu estopim


.
(Rômulo Chaul)

23 de fev. de 2012

Poema

Desejo


Hoje, amanhã, todos os dias
Você será meu
Não digo pra sempre
Digo pra agora, pra já


Digo vem cá
Fazer da minha cama
Um pouco mais apertada
Um tanto mais quente
Suada
Tingida de gemidos de amor


Vem cá
Trazer barulho pra casa
Bêbado de madrugada
Com a cara deslavada
De menino arteiro


Vem cá de corpo inteiro
Vem me bordar com seu sabor.


.
(Rômulo Chaul)

8 de fev. de 2012

Poema

Reforço

Depois de um tanto
Um canto
Dois ou cinco contos
De tempo e doses


De amor
De pranto e tento
De desalento na rotina que se fez.


Cravou na própria tez
A beleza de ser um só.


Não se convence
Do parado e distante
Tirando a graça
Da mordaça ao se calar


Falo.
Grito e processo nesse estalo
O passo permanente no nosso caminhar


Nós dois só
Nós dois
Nó.


.
(Rômulo Chaul)

15 de dez. de 2011

Poema

Lição


Eu que já andei
Tão perdido e
Cansado
Foi em rumo a você
Que encontrei paz.

E mais,
encontrei o plano
De fuga perfeito
Afago em seu peito
Encontrei com quem seguir

E fugir do tédio e da rotina,
Cansado de ser gente grande,
Querendo mais filme e colo
Logo,
Em seu abraço encontro um lar.

Aqui, lá

Onde a rima encaixar
Eu e você
E ninguém pra perturbar.


Chega mais junto morena
Pra aprender o que é amar


.
(Rômulo Chaul)

23 de nov. de 2011

Poema

Apelo


Por onde anda você
Em que bares, que vida
Que esquina se esconde
Em dupla com a solidão?


Por onde anda
Que não precisa mais da minha
Companhia
Que não quer mais saber dos meus
Requintes?


Vê se presta atenção
Nesse abandono
Me deixando de lado
Descalça de afagos
Nesse namoro com
Meio você.


Que só sai com seus amigos
Tomando dry martines
Junto com morgantines e afins
E que se perde em outra dança
Separado em sua esfera.


Isso cansa!


Se até de sono

...

Morre a espera.


.
(Rômulo Chaul)


22 de nov. de 2011

Poema

Vício


Quando acordo
E destoa
Seu bom dia
É que ele fica
Realmente bom


Ninguém mais quero
Ao lado,
Do seu lado da cama
Na trama de te buscar
No escuro


Ninguém mais quero
Como porto seguro
(Se não for você)


Se não for você
Com seu colo
e mania
De se preocupar


Importar com o que acontece
Em saber o que apetece
Meu coração


Quero mais doses
Desses seus cuidados
Mais tragos dos afagos
Difíceis de não viciar


É você morena
Droga que não canso de injetar


.
(Rômulo Chaul)

9 de nov. de 2011

Poema

Pétala


Você
Que tem vergonha
De foto
Mas não se cansa
De ser vista


Que se produz
Toda
Mas que foge
Do holofote


Tem meu amor e encanto
Reservados


Mesmo com seus
”Eu te amo”
Sussurrados
Como quem tem medo
Do que diz


Mas se lambuza
Com a tez corada
Fazendo cara de safada
Na hora de pedir bis


Você Morena
É um mundo
Que no mais breve
Segundo
Faz do meu, mais feliz.


Dessa vez a brincadeira deu “bem me quis”


.
(Rômulo Chaul)

29 de set. de 2011

Poema


Aperitivo


Apesar da advertência
“Não agite antes de beber”
Cai de cara nesse afago
Braços dados
Sussurros ao pé do ouvido
Querendo ver onde isso ia dar.


Prometi ao espelho
Parar antes do coração
Bater
Correr
Antes de tudo ganhar vida
Antes da bebida
Viciar


Satisfaz aos cantos
Doses e tantos
Outros pontos a remendar


Fugi tanto desse
Trago amargo,
Perigoso de tomar
Com medo do que sinto:
Minto!


Desde o começo a intenção era embriagar.


.
(Rômulo Chaul)