Reposicionamento
Esse não é um daqueles poemas
Que se vomita bêbado
Às 4 da manhã
Com uma pitada de carinho
E um quarto de solidão
Esse poema é um ódio destilado
Que escrevo
Pra evitar te dar um murro
Quando te ver
Esse poema doí
Mais doí mais em mim,
Do que em você
É a prova do saco cheio
Do amor estropiado
E da graça, desgraça
Que enfeitou meu colchão
Solitário
Frio
Frígido
E nem pensem que é ladainha
Que é medo de deixar sozinha
Medo dela escapar
Se o que escapuliu foi seu sol
Que só arde na rua
E esfria feito grua
Quando nua no meu penar
É mais um grito que está engasgado
Quando você pensa que pode enganar
Eu sinto um bocado de ódio
Por não ver
Que e vida girou
E agora eu estou no mesmo lugar
Que o outro estava há cinco anos
Eu sou o futuro do pretérito
Nos seus planos.
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(Romulo Chaul)