Redenção
Num clima cinza, numa tarde de lamentos
Relembro, com muito peso
Que há pouco tempo
Nem tinha motivos pra te clamar
Sua língua não mais ardia no meu calcanhar
Fui dar a cara a tapa no chão
Você que roeu mais do que meus apelos
Que vomitou centenas de beijos
E desviou dos mais sinceros olhares
Hoje vê o passado com aflição
Quem deixou passar?
Quem tomou de assalto
O nó da orelha
Do embargo proposto
Em vão?
E todavia, eu
Alheio ao carnaval
(Que folia!)
Via motivos pra duvidar da memória
Eu sempre fui assim:
Meio que o vilão da história
.
(Romulo Chaul)