22 de mar. de 2012

Poema

Meia fase/Meio tom
(Breu)

Vem
Me encosta
Me roça com esses lábios
Me enche de afagos
Que não canso de esfregar


Vem
Me encoxa
Mostra o caminho
Os mamilos
As curvas
Me deixa com as vistas turvas
(De tanto saciar)


De tanto saciar
O suor desse atrito
Sussurros e gemidos
O cheiro e a pressão


Vem
Vem ver quão bom
Pode ser
No quarto, na sala
Na porta de entrada
No meio do chão.


Vem ver a escuridão
Virar brilho
E te fazer embriagar


Vem comigo gozar.


.
(Rômulo Chaul)

15 de mar. de 2012

Poema

Voyeur


Você quando está bêbada
Esquece completamente
Que está acompanhada
Esquece que tem alguém
Que tem que cuidar
O que importa é a diversão


Foda-se quem está perto
Nesse seu destino incerto
De amar
E dar satisfação


Você quando está bêbada
É alguém que não conheço
Que não combino
Que vejo que desafino
No passo do pesar


É alguém que não canso de olhar


.
(Rômulo Chaul)

14 de mar. de 2012

Poema


Excomunhão


Vai, vaza
Segue a própria desgraça
Enquanto a caça é morta
Mas não te acompanho até a porta
Você sabe por onde sair


Vai, vaza
Pica a mula e faz da farsa
Bobagem pouca
Faz de louca
E finge ser feliz


Faz jogo de meretriz
Dizendo que é valente


Mente!


Diz que a tapa à cara
Você nem sente.


.
(Rômulo Chaul)

13 de mar. de 2012

Poema

Artifício


Vida presa na tela
Da palma da mão
Dela
Sem poder de opinião


Cabe naquele
Tonto
Um conto de noivado
Queimado a ferro e a fogo
Em asas de querubim


(Era?)
Amor!
(Viela do meu botequim)


Não mais a minha
Tatuagem no céu
Da sua boca íngreme


Não mais abraços
Dados passos que oprimem
Vendo escorre saliva
Na testa dos que me dizem:


(Em vão!)


Não mais ameaças
De arrumar comparsas
Pro seu manequim


Encerra-se essa novela
Enquanto lanço meu estopim


.
(Rômulo Chaul)