27 de out. de 2009

Poema


Ser em vão

Homens mortos caídos
Jogados por aí
Homens em seus túmulos
Esperando nada que há de vir

Eles clamam por Jesus
Ou por qualquer Salvador
Eles clamam por alguém
Pra compensar sua dor

Talvez você seja um pecador
Que não sabe como viver
Talvez você dê valor a vida
Talvez você mereça morrer

Talvez você seja um lutador
Que não se rende ao apanhar
Talvez você morra jovem
Talvez você pare de sonhar

Eles choraram quando seu filho se foi
Deus vestiu–se de preto
Tentaram tanto procurar esperança
Mesmos sabendo ser em vão

Eles choraram quando seu filho se foi
E na guerra se perdeu
A mãe cai em prantos, o pai se cala
“Meu filho se vendeu”

Eles choraram quando seu filho se foi...

.
(Rômulo Chaul)


Inspiração: http://www.youtube.com/watch?v=T8YluAMCRT8&feature=player_embedded

20 de out. de 2009

Poema

Contr(a)dição

Você não merece o esforço
Que gasto pra você me notar
Você não merece nada daquilo
Que um dia pensei em te contar
Momentos juntos, que feliz eu
Ensaiei
E que sei,
Que de certa forma seria
Um prazer, um algo a mais
Sem rancor ou selvageria.

Você não merece o pouco
Que no fim eu vou te dar
Você não merece nem uma pitada
Desse amor torto, sem nada a
acrescentar
Modelo errado, que de companheirismo,
Não se fez
E que pro abismo,
Aos poucos se convida!
Amor sem rumo ou destino
Ilusão de ferida.

Nem o bom nem o ruim
Merece assim de mim
E se penso e me divirto
Nessa dualidade do amar,
Minto!
E sinto, que não tenho mais nada a declarar!
O amor emudeceu a fala,
Que cala se em ti chego a pensar.

.
(Rômulo Chaul)

8 de out. de 2009

Trecho

"No amor, fui traficante da Cidade de Deus,
Um marginal do morro do Vidigal,
Ladrão de sonhos da Central do Brasil.
Eu nunca fui rosa que se cheire,
Por isso nunca mais se esqueça,
Meu amor não tem pé nem cabeça..."

29 de set. de 2009

Poemette

Hoje eu percebi o tanto que eu quero te ver
Senti que sua emoção,
Nossa história tem a ver
Encantamento, que a outros do passado,
Difere.
Sentimento enrubescido pelo toque
Vontade a flor da pele.

.
(Rômulo Chaul)

28 de set. de 2009

Música e eu

O Amor de Cada Um

O amor é sempre o suspeito
Dos crimes do coração
Amor que mata
Amor que maltrata
E vive escondido em trincheiras

O amor é sempre o culpado
Da solidão dos casais
Amor que falta
De tudo que é lado
Mas dura à vida inteira

Amor que toma de assalto
O sentimento ao chegar
Nos põe de mãos para o alto
E Prende o amor que nos dá

Amor de reis e rainhas
Princesa, bandido ou herói.
O amor dos outros.
O amor da gente.
Amor, cada um é que sente.

.
(Pádua / Nasr Chaul)

Música e eu

O Que Será (À Flor da Pele)

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo.

.
(Chico Buarque)

21 de set. de 2009

Poema



De volta ao amor


Eu preciso me reorganizar.

Não estou em paz ainda.

Preciso de um porto, um cais.

Um lugar pra descansar as feridas

Mas fico sem saber o que fazer.

Às vezes, minha alma se finda.


Entre corações dilacerados

Corações apaixonados,

A dualidade me move

E comove, fazendo de mim,

Marionete do meu coração.

Vazio e oco, apaixonado e cantante

Verbo, vertente e montante,

Canto, ligo, beijo e paixão.


O príncipe virou sapo

E nem me deu tempo

De chorar.

Verdades insanas, vida profana

Mel que se foi no ar.

O romantismo acaba e o que me resta

É o realismo

Com sua sinceridade mórbida

Que te acorda no meio da noite

Pra dizer: - Relaxa, fico com você.


O príncipe era um sapo

Que quando o amor acaba,

Te devolve para casa.

E sobra a saudade,

Que dói na gente.

E de filme em filme

Com sorvete e brigadeiro,

Percebi que preciso me apaixonar de novo...

Dessa vez, acordei achando tudo diferente!


.

(Rômulo Chaul)


Poetas e eu

"Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou!
Daqui estou vendo o sangue
que corre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã."

(Drummond)

17 de set. de 2009

Poema



Não era


"Não era amor, era uma sorte.

Não era amor, era uma travessura.

Não era amor, eram dois celulares desligados...

Eu não amei aquele cara.

Eu tenho certeza que não.

Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada


Onde é que eu estava com a cabeça,

De acreditar em contos de fada,

De achar que a gente muda o que sente...

Talvez eu não seja adulta o suficiente

Para brincar tão longe do meu pátio,

Do meu quarto, das minhas bonecas..."

Das minhas pálidas verdades indiscretas


Não era amor, era uma brincadeira.

Não era amor, era balão sem ar.

Não era amor, eram dois corações perdidos...

Eu não amei aquele cara

Mas mesmo com o fim,

Sinto que falta algo, um pedaço de mim que lá ficou.


Onde é que eu estava com a cabeça,

De acreditar que tudo é pra sempre,

De achar que o grande amor existe...

Talvez eu não seja mulher o suficiente

Para sair de casa sem proteção,

Achar que minhas defesas me valem

Que nada me atinge...

Talvez meu padrão seja a imperfeição...

A dúvida persiste.


.

(Rômulo Chaul)

15 de set. de 2009



Foge então


Ela provoca, atenta

Desfoca minha visão

Ela sabe que quer,

Mas mesmo assim,

Finge que não.


Tentação constante

Regente dessa

Emoção

Coração batendo

Mesmo preso no

Caixão.


Beijo ardente

Iluminando

O apagão.

pagão!


.

(Rômulo Chaul)