21 de dez. de 2008

Poema


“Toda saudade é uma espécie de velhice”

Sim,
Estou com saudades de um tempo, que não volta mais
Em que tudo tinha mais graça, em que o céu
Era muito mais colorido, e o Sol não incomodava tanto.
Estou com saudade de andar na rua e achar graça
De tudo aquilo que reluz.
Hoje, aos prantos, grito aos quatro cantos:
-Pra onde você se foi?!!

E foi de tal jeito que nem deixou rastros
Para esses braços castos, em que um dia se deitou.
De longe, tão distante, pediu à felicidade:
” - Acolhe aquele que mais me amou”

E eu te amei como jamais poderia.
E por ironia, não sei mais o que é sorrir
Aliás, “sorrir” virou minha sina
Sorrio para os velhos e para as meninas

Sorrio como o triste palhaço
Que a todos diverte, tentando disfarçar
E por mais alegre que pareça a dor do palhaço
Sua tristeza se percebe no olhar

Saudade!
Filme em preto e branco
Sonhando sandices,
De Guimarães
Rosa que corta o peito, e com todo respeito,
Confirmo:
Toda saudade é uma espécie de velhice!


.

(Rômulo Chaul)

1 de dez. de 2008

Sinto saudades de mim, de você e da gente,
Escola, ônibus e chocolate...

Música e eu

Dois Barcos

Quem bater primeiro a dobra do mar
Dá de lá bandeira qualquer, aponta pra fé
E rema

É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto teus sinais
Pode ser da vida acostumar
Será, Morena?
Sobre estar só, eu sei
nos mares por onde andei
devagar
dedicou-se mais o acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?

.
(Marcelo Camelo)

6 de nov. de 2008

Poema

ILHA

Lembra daquela noite
Barcos a vela sob a luz do luar
Lembra da brisa suave percorrendo
Nosso amor de frente ao mar?

O parque e as ruas vazias
Nos leva ao porto,
Final feliz de nós dois

E os fantasmas se escondem
Sob o brilho hipnótico
Desse amor torto

E você por onde foi?

Lembra daquela noite
Amantes fugiam, o calor e as risadas
Lembra da cor da estrelas
Nós dois esparramados na calçada?

Tudo era nosso e a cidade,
Fantasma do passado,
Estendia as mãos
Aos amantes alados
Entre sonhos, estrelas do passado
Crianças correndo sem direção

Velas queimavam
Mas a Igreja estava deserta!

E eu por onde fui?

Lembra daquela noite?

.
(Rômulo Chaul)

26 de out. de 2008

Musica e eu

Condicional

Quis nunca te perder
tanto que demais
via em tudo céu
fiz de tudo cais
dei-te pra ancorar
doces deletérios

E quis ter os pés no chão
tanto eu abri mão
que hoje eu entendi
sonho não se dá
é botão de flor
o sabor do fel
é de cortar

Eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu, muito bem

Quis nunca te ganhar
tanto que forjei
asas nos teus pés
ondas pra levar
deixo desvendar
todos os mistérios

Sei tanto te soltei
que você me quis
em todo o lugar
lia em cada olhar,
quanta intenção
eu vivia preso

Eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu
o que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
alguma coisa a gente tem que amar
mas o que não sei mais

Os dias que eu me vejo só
são dias que eu me encontro mais
e mesmo assim eu sei também
existe alguém pra me libertar

.
(Rodrigo Amarante)

21 de out. de 2008

Paquetá por mim

Ah! Eu sei
É assim,
Distante você,
Lá,
Longe enfim.

Mas nada,
Creio eu,
Basta ao pó
Que sou
Assim:
Sem você em mim!

Você queimou o amor
Eu sei
Nada resta agora, só!
A nossa vida, por fim,
Não vi,
Como foi dar esse nó.

E desse nó eu vi sair
Um estranho em meu lugar
De fato é bizarro, aqui,
Noite sem luar.

.
(Rômulo Chaul)

20 de out. de 2008

Poema

1778

Aonde embarca minha goianidade
Nesse Eu - sertão?
Aonde encontro um sentido
Nesse marasmo?
Estado casado com o descaso
Êta Goiás ão!

Levanta e anda,
Vai rumo a
Civilização!
.
(Rômulo Chaul)

Verbette

Do nada que tenho,
O pouco me basta...

16 de out. de 2008

Falta emoção
Sobra desastre...

8 de out. de 2008

Poemette

Sim,
Eu não sei voar
Pois parte de mim é objeto direto
Enquanto outra parte, aquela que faz chorar,
Não passa de poesia concreta!
Sim,
Eu não sei voar...
.
(Rômulo Chaul)