9 de nov. de 2011

Poema

Pétala


Você
Que tem vergonha
De foto
Mas não se cansa
De ser vista


Que se produz
Toda
Mas que foge
Do holofote


Tem meu amor e encanto
Reservados


Mesmo com seus
”Eu te amo”
Sussurrados
Como quem tem medo
Do que diz


Mas se lambuza
Com a tez corada
Fazendo cara de safada
Na hora de pedir bis


Você Morena
É um mundo
Que no mais breve
Segundo
Faz do meu, mais feliz.


Dessa vez a brincadeira deu “bem me quis”


.
(Rômulo Chaul)

29 de set. de 2011

Poema


Aperitivo


Apesar da advertência
“Não agite antes de beber”
Cai de cara nesse afago
Braços dados
Sussurros ao pé do ouvido
Querendo ver onde isso ia dar.


Prometi ao espelho
Parar antes do coração
Bater
Correr
Antes de tudo ganhar vida
Antes da bebida
Viciar


Satisfaz aos cantos
Doses e tantos
Outros pontos a remendar


Fugi tanto desse
Trago amargo,
Perigoso de tomar
Com medo do que sinto:
Minto!


Desde o começo a intenção era embriagar.


.
(Rômulo Chaul)

28 de set. de 2011

Poema


Novidade

Eu estava tranqüila,
Não em paz como desejava
Mas conformada com a
Situação que vivia

Achava que não merecia
Ou não poderia querer
Jeitos que nunca tive
Mas seus versos me dissera:

“-Sim você pode, não se limite.”

Agora estou confusa
Tudo em grande rebuliço

Você chegou manso e calado
Sem muitas pretensões
(Aparentes)
Sem dar muito trabalho
Nem exigir algum serviço

Bagunçou meu coreto
Me acolheu em seus dedos
Abraços, pernas, suor e gemidos
Fazendo carícias em meus cabelos
Deixando meus lençóis mexidos.

Eu acendi minha placa de
Cilada!
E você atravessou
Como se não tivesse lido

.
(Rômulo Chaul)

20 de set. de 2011

Poema

Reencontro


Te vejo assim
Meio acanhada e nervosa
Sem saber como agir
Nessa situação.
Sem aceitar um não
E querer sem poder
Ser junto de quem não devia


Judia


Essa história marcada,
Pintada de utopia,
Foi ponto de chegada
Do amor que adormecia


Sofreu


Sem saber se queria
O amor de outrora
Que em outros tempos
Resolveu que podia
Chegou de tom pronto
E disse exposto:

Vem!

Acabou que bordou tecidos
E lavrou pitadas
Desse amor,
Meu também.


.
(Rômulo Chaul)

11 de set. de 2011

Observação


Ela desperta paixões
Tesões a flor da pele.
Distrai emoções,
Meninas e atenções
Estados que se diferem

Causa um ritmo sem intenções
Enciumando certos padrões
Propondo pingados
Aos que preferem.

Cilada!


Essa menina é emboscada
Tida como porta fechada
Apelos que se repelem
Dizendo muito
Em pouca estrada
Mentiras furadas
Amores que se preterem


.
(Rômulo Chaul)

2 de set. de 2011

Poema

Entrega


Alheios ao Carnaval
Que corria
Fundo eu olhava
E via, respirava
A resposta entalada,
A vontade contida.


Reprimida em apelos
Tais
Pelos que roçam
Mais
Sem nunca poder


-Ele não vai gostar


-Ele não precisa saber


.
(Rômulo Chaul)

29 de ago. de 2011

Poema

Aposta


“Ninguém nunca me ganhou
assim tão rápido”
Eu te sussurro ao pé do ouvido
Enquanto me entrego
A carícias, promessas e ideais,
Jurando que você é
Meu príncipe no cavalo branco


Me perco um tanto
Na tentativa de ter você
Encerro uma vida
Outros sonhos, vários planos
Parto outros tantos
Contos de amor.


“-Nada mais importa”


Encaro horas de viagem
Uma carona suja
Só pra te ter mais por perto
Só pra ver se isso me anima


Seu charme, seu estilo
Seu cabelo e mimo
De gente viajada,
Mundo que deixa encantada
Essa minha visão de menina.


“-É assim que a vida ensina”

Agora me entrego
Caindo de cara, expondo a tara
Dessa nossa relação.
Sem me preocupar com maiores esquetes

Estou apostando tudo em você

Não me sacaneia.

“-Promete?”


.
(Rômulo Chaul)



22 de ago. de 2011

Poemette

Ando a esmo nos corredores
Pra ver se te trombo.
A cada esquina,
A cada canto,
Um tanto do amor
Que chegou a acabar.

Dos tempos em que você
Vinha de longe
E corria pro abraço
Ocupando todo o espaço
e silêncio.

-Silêncio!

O que restou foi poeira
Que insiste em nos sujar.

.
(Rômulo Chaul)

19 de ago. de 2011

Poema

Arremate


De tom pronto e posto
Ela deu basta.
Chega de farsa,
Em que me finjo feliz
Chega dessa peça
De papel de meretriz


Já me esforcei demais
Dando murro em ponta de faca
Tentando dar certo
Algo que acabou,


Ficou relegado ao pó
E não foi varrido
Amor bandido
Em que me entreguei


Esfolei a tatuagem
De coração lacrado
Relegado a cantos e traças
Enquanto tantos outros a caça
Do seu bem maior


E eu que achava que fosse te ver
E como das outras vezes, outras brigas
Sentir algo, me sentir pior
Nada.


Nem frio, nem vontade, nem vazio
Vendo você dizer sofrer
Sozinho,
Eu mal me comovi
Eu nada mudaria.


Do que resta de nós
Sobra eu só
Pronta pra outros amores
Vivendo em calmaria


.
(Rômulo Chaul)

16 de ago. de 2011

Poema




De volta ao amor


Eu preciso me reorganizar.

Não estou em paz ainda.

Preciso de um porto, um cais.

Um lugar pra descansar as feridas

Mas fico sem saber o que fazer.

Às vezes, minha alma se finda.


Entre corações dilacerados

Corações apaixonados,

A dualidade me move

E comove, fazendo de mim

Marionete do meu coração.

Vazio e oco, apaixonado e cantante

Verbo, vertente e montante,

Canto, ligo, beijo e paixão.


O príncipe virou sapo

E nem me deu tempo

De chorar.

Verdades insanas, vida profana

Mel que se foi no ar.

O romantismo acaba e o que me resta

É o realismo

Com sua sinceridade mórbida

Que te acorda no meio da noite

Pra dizer: - Relaxa, fico com você.


O príncipe era um sapo

Que quando o amor acaba,

Te devolve para casa.

E sobra a saudade,

Que dói na gente.


E de filme em filme

Com sorvete e brigadeiro,

Percebi que preciso me apaixonar de novo...

Dessa vez, acordei achando tudo diferente!


.
(Rômulo Chaul)