20 de mai. de 2010

Poetas e eu

eu sou a ovelha vesga e cega
que mal sabe da cor que carrega.
negra, negra mancha
que desmancha a palavra e a escrita.
eu sou a sífilis desaforada
que te corrói aflita.

criptonita
criptonita
criptonita.

me alimento do lixo
que ungiu o teu perdão.
trago os teus 500 anos de culpa.
eu sou a porra da porra desconhecida
que algum bêbado vomita
sobre o corpo da puta.

me chupa
me xinga
me chuta
(depois me jogue às lagartixas).
se tu és a filosofia,

eu trouxe a cicuta.

.
(Marcos Caiado)

19 de mai. de 2010

Poema

Volta por cima

Me dá raiva saber
Que me entreguei a você
Patife!
E tudo que tive foi traição.

Você com suas mulheres,
Vadias com quem se deitou,
Tratou de matar o resto de mulher
Que em mim sobrou

Ata-me com o que faltou!

Coração que te entreguei,
Você relegou ao pó
E bagunçou o meu coreto.
Basta!
Chega de tanta farsa,
Tenha dó!

Agora,
Vou por um sorriso no rosto
Fingir que está tudo bem
E quanto a você meu querido?
Rasteja e me pede pra voltar
Dá esquete!

Desata-me que volto a caminhar!

...

Mas você não pode me seguir.
Promete?

.
(Rômulo Chaul)

12 de mai. de 2010

Poema


In pureza

Você me dá vontade
De dizer: - Eu te amo!
Assim, meu eu profano
Cai em si menor

Dó maior em mea culpa
Onde sol, bagunça
Canção da banda.

Me passa dor de garganta
Pelo beijo.
Eu, remédio que te receito,
A vir comigo viajar.

Procurar Parnasus
Em outro mundo,
Reviver defunto coração

-I am the eggman
Usando samba-canção!

Piloto paixão e tesão
Desse poema,
Há quem prefira
Despeitar

O que desperta em mim
Tanto interesse,
Machuca tanto
Quando tento experimentar

- I am te walrus
Querendo te deflorar!

.
(Rômulo Chaul)

6 de mai. de 2010

Poema

Ilusão

No calor da conquista
Me entrego a promessas
Ao me apertar as pernas,
Me beijar a boca,
Deixando louca,
Perco o controle,
Enfim.

Ao pé do ouvido
Me enche de juras
Garante loucuras
E me agarra os seios
Entre receios
Me entrego,
Assim.

E como quem quer nada
Provoca atritos
Derrama detritos
Na nossa relação

Só por causa dela
Aquela magrela,
De pose singela,
Que não sabe o que é preciso
Para entregar um coração?

Agora, que só dá ela
Na sua rotina,
Com jeito de menina
E carícias a oferecer,
Nem se lembra
Do calor do leito
Amor de novela
Que já chegou a ter?

.
(Rômulo Chaul)

23 de abr. de 2010

Poema

Disfarce

Não era você ali
Era apenas uma figura
Mentiras,
De quem jura que é feliz

Não era você dançando
Era simples travessura
Oportuna,
Disfarçando insensatez

Era você corando
A própria tez

Oportunismo de extravasar
A saudade guardada
Caindo do salto
Saltando do pedestal

Era você, cara a cara
Com o lobo mau

Sem doçura
Sem vergonha
Sem se importar
Que suponham: - solidão

Era você, me roubando
O próprio chão

Saindo do altar
Descendo da nuvem
Berrando:
-Vem para a rua também!

Era você, se entregando
A um joão ninguém
.
(Rômulo Chaul)

25 de mar. de 2010

Poema


Convite

Você me intriga,

A ponto de querer
Mais que coleguismo

Ou amizade mera

Quero saber

Qual metade

Da sua esfera

Cabe em mim

Quero conhecer suas tias

Largar as noites vadias

Pagando pra ver,

A rima entrosar

7 meses ou 7 dias

Artimanhas e melodias

Beatles 4ever

Deixa estar

Cair na rotina

Das suas manhas

Imaginar façanhas,

Viajar...

Reinventar o lirismo

Nas minhas fronhas

Salvação ou maconha

Let it be paquetá

...

Vem garota, chega pra cá!?

.
(Rômulo Chaul)

10 de mar. de 2010

Poema


Conquista

Ah!
Aquele beijo
Não sai da minha cabeça
E antes que eu me esqueça
Te digo:
Que momento bom
Aquele seu comigo

Sabe o que mais me alegra
Nessa situação?
Foi convencer seu não
A poder,
Se entregar, se jogar,
A me encontrar.
E agora que eu cheguei aqui
E me lancei na sua mão
Não posso errar,
Nem vacilar ou te abandonar...

Quando me distraio,
Ao longo do dia,
Eu perco horas.
Lembro do seu beijo
E esqueço o agora.
Eu já entrei de cabeça
Nessa história,
Corpo e alma entregues
Pra não te ver ir embora...

.
(Rômulo Chaul)

23 de fev. de 2010

Poemette

Hoje eu descobri
Que o mundo não
Aceita mais românticos

Não há lugar
Para sentimentos puros
Amores futuros
Orações e cânticos

O mundo matou os românticos

Afogados em dor
Em eu te amo falsos
Em falta de bom dia,
Tristes melodias,
De um mundo em preto e branco

Aos românticos sobrou o pranto.

.
(Rômulo Chaul)

17 de fev. de 2010

Poema


Eu sinto

Sabe o que é mais incrível?
Saudade não dá pra controlar
Por mais que eu esconda
Entrelinhas
Por mais que eu negue,
O coração sente mesmo que é saudade.

E não interessa o que pensem
Eu sinto e minto
Eu sinto...

Sabe o que é mais difícil?
Tristeza tentar evitar
Por mais que eu fuja
Pensamentos
Por mais que a fuga,
Seja tentar te largar... Saudade

Sabe o que é impossível?
Entender você se fechar
Por mais que eu lute
Canções
Por mais que eu mude,
A gente volta a se encontrar... Saudade

E não interessa o que pensem
Eu sinto e minto
Eu sinto...

.
(Melina / Rômulo Chaul)

3 de fev. de 2010

Poema


Lembrete
(ou monólogo para o espelho)

Você desprezou o
Amor que eu ofereci
O suporte que eu te dei
As palavras que pensei
Que você gostaria

-Você me matou!

Me matou
De beijo negado
Abraço não dado
Se entregando a quem
Não devia

-Você matou o que eu mais valia!

Valia,
Por cada olhar,
Amor sincero,
Cuidado, carinho e apego.
Palavras que escolhi a dedo,
Pão de ló e Moët & Chandon

-Você me negou tudo de bom!

Bom mesmo
Pra aprender
Não se
Entregar pra valer
A quem não merece

-Você me matou!

Vê se não esquece...

.

(Rômulo Chaul)