Diálogo
- Vai ver que você anda mexendo com os tipos errados
Tolos tapados e sem viver.
- Ainda mais quando eles se tornam pessoas diferentes e infantis.
E tudo o que eu quis foi não sofrer.
Ele ficou lá com aquela cara amarela, com medo da namorada como se eu fosse um ET, ou um fantasma, e ainda por cima, de graça, fingiu ser infeliz.
Foi porque ele pensou que eu tivesse morrido ou ele é realmente muito burro por pensar que nunca me encontraria.
Foi sintoma de covardia?
Nunca o imaginei com medo, nem nas preces mais tardias, entre vadias, quando não me quis.
- Ele está acostumado com você trancada em casa,
Vivendo a brasa do coração partido,
Sempre seguro aonde ir.
-Eu queria ser uma ex-namorada daquelas irritantes,
Com surtos constantes, usando vestidos para atrair olhares.
Eu queria que as pessoas não fossem más.
To parecendo uma criança falando isso pra você.
Mesmo não tendo nada a ver...
Ele fala pro mundo inteiro que ama ela e blábláblá...
E eu sem fazer nada pra ficar sabendo
Será que estou acabada e preciso de um remendo?
-Sou mais você disparado!
-Você ta falando isso só pra eu me sentir!
Ser mais bonita que a atual do seu ex é algo bom.
Infla o ego, não te deixa sofrendo.
Não é assim?
-Se você assim diz...
.
(Rômulo Chaul)
5 de jan. de 2010
Poema
Postado por Rômulo Chaul
23 de dez. de 2009
Música e eu
Hier encore /Ainda Ontem
Ontem ainda
Eu tinha vinte anos
Acariciava o tempo
E brincava de viver
Como se brinca de namorar
E vivia a noite
Sem considerar meus dias
Que escorriam no tempo
Fiz tantos projetos
Que ficaram no ar
Alimentei tantas esperanças
Que bateram asas
Que permaneço perdido
Sem saber aonde ir
Os olhos procurando o Céu
Mas, o coração posto na Terra
Ontem ainda
Eu tinha vinte anos
Desperdiçava o tempo
Acreditando que o fazia parar
E para retê-lo, e até ultrapassá-lo
Só fiz correr e me esfalfar
Ignorando o passado
Que conduz ao futuro
Precedia da palavra "eu"
Qualquer conversação
E opinava que eu queria o melhor
Por criticar o mundo com desenvoltura
Ontem ainda
Eu tinha vinte anos
Mas perdi meu tempo
A cometer loucuras
O que não me deixa, no fundo
Nada e realmente concreto
Além de algumas rugas na fronte
E o medo do tédio
Porque meus amores
Morreram antes de existir
Meus amigos partiram
E não mais retornarão
Por minha culpa
Criei o vazio em torno a mim
E gastei minha vida
E meus anos de juventude
Do melhor e do pior
Descartando o melhor
Imobilizei meus sorrisos
E congelei meus choros
Onde estão agora
Meus vinte anos?
.
(Charles Aznavour)
Postado por Rômulo Chaul
14 de dez. de 2009
Poema
Rebobine Por Favor
Me mandaram trocar a fita
Me pediram pra mudar o disco
Se vai ser melhor,
Não sei!
Paro,
Rebobino e volto ao início
Eu até pensei
Em mudar o estilo
Trocar de tema e
De teorema de vida
E quando a vontade
De repetir toca,
Não escrevo,
Finjo que estou de saída
E caminhando assim,
Resolvi mudar
Pra agradar e acabar
Com esse suplício
E quando a rotina e o tédio batem
A emoção fica mais difícil
Será?
Não sei!
Paro,
Rebobino e volto ao início.
.
(Rômulo Chaul)
Postado por Rômulo Chaul
19 de nov. de 2009
Música e eu
Sem Palavras
Eu sei que nada tenho a dizer,
Mas acabei dizendo sem querer
Palavra bandida!
Sempre arruma um jeito de escapar
Seria tudo muito melhor
Se a música falasse por si só
Dá raiva da vida
Nada existe sem classificar (não!)
Pensei em mil palavras, e enfim
Nenhuma das palavras coube em mim
Não vejo saída
Como vou dizer sem me calar?
Diria mudo tudo o que faz
Minha vida andar de frente para trás
Uma frase perdida
Num discurso feito de olhar
Penso, tento
Achar palavras pro meu sentimento
Tanto é pouco, nada diz
Não é triste, nem feliz
Mesmo sendo
Um pranto, um choro ou qualquer lamento
Nada importa, tanto faz
Se é pra sempre ou nunca mais...
Não é medo, nem é riso
Não é raso, não é pouco, nem é oco
Não é fato, nem é mito
Não é raro, não é tolo, não é louco
Não é isso, não é rouco
Não é fraco, não é dito, não é morto
Não, não, não, não!
Eu sei que nada tenho a dizer
Pensei em mil palavras, e enfim
Seria tudo muito melhor
Pensei
Seria
Se um dia alguém puder me entender...
(Móveis Coloniais de Acaju)
Postado por Rômulo Chaul
17 de nov. de 2009
Trecho
“Três crianças sem dinheiro e sem moral
Não ouviram a voz suave que
Era uma lágrima
E se esqueceram de avisar pra todo mundo
Ela talvez tivesse nome, e era Fátima
E de repente o vinho virou água
E a ferida não cicatrizou
E o limpo se sujou
E no terceiro dia ninguém
Ressuscitou...”
Postado por Rômulo Chaul
12 de nov. de 2009
Maysa e eu
Pq hoje eu acordei querendo beber, fumar e te mandar para o inferno...
Postado por Rômulo Chaul
5 de nov. de 2009
Poema
Papel de Mulher
De longe,
Quieta no seu lugar
Preservando pra si
Um desconforto qualquer
Mistério de moça
Confortada com a solidão
Eu a vejo distante
E me sinto engasgar
A tristeza guardada
A sinto engasgar
Morrendo aos pedaços
Não se deixa ajudar
Toda atenção que me chama
Por não conseguir sorrir
De todas as formas que fiz
Pra tentar te fazer feliz
Eu não consegui...
Eu não quero mais
Essa dor, esses ais...
.
(Rômulo Chaul)
Postado por Rômulo Chaul
27 de out. de 2009
Poema
Ser em vão
Homens mortos caídos
Jogados por aí
Homens em seus túmulos
Esperando nada que há de vir
Eles clamam por Jesus
Ou por qualquer Salvador
Eles clamam por alguém
Pra compensar sua dor
Talvez você seja um pecador
Que não sabe como viver
Talvez você dê valor a vida
Talvez você mereça morrer
Talvez você seja um lutador
Que não se rende ao apanhar
Talvez você morra jovem
Talvez você pare de sonhar
Eles choraram quando seu filho se foi
Deus vestiu–se de preto
Tentaram tanto procurar esperança
Mesmos sabendo ser em vão
Eles choraram quando seu filho se foi
E na guerra se perdeu
A mãe cai em prantos, o pai se cala
“Meu filho se vendeu”
Eles choraram quando seu filho se foi...
.
(Rômulo Chaul)
Inspiração: http://www.youtube.com/watch?v=T8YluAMCRT8&feature=player_embedded
Postado por Rômulo Chaul
20 de out. de 2009
Poema
Contr(a)dição
Você não merece o esforço
Que gasto pra você me notar
Você não merece nada daquilo
Que um dia pensei em te contar
Momentos juntos, que feliz eu
Ensaiei
E que sei,
Que de certa forma seria
Um prazer, um algo a mais
Sem rancor ou selvageria.
Você não merece o pouco
Que no fim eu vou te dar
Você não merece nem uma pitada
Desse amor torto, sem nada a
acrescentar
Modelo errado, que de companheirismo,
Não se fez
E que pro abismo,
Aos poucos se convida!
Amor sem rumo ou destino
Ilusão de ferida.
Nem o bom nem o ruim
Merece assim de mim
E se penso e me divirto
Nessa dualidade do amar,
Minto!
E sinto, que não tenho mais nada a declarar!
O amor emudeceu a fala,
Que cala se em ti chego a pensar.
.
(Rômulo Chaul)
Postado por Rômulo Chaul
8 de out. de 2009
Trecho
"No amor, fui traficante da Cidade de Deus,
Um marginal do morro do Vidigal,
Ladrão de sonhos da Central do Brasil.
Eu nunca fui rosa que se cheire,
Por isso nunca mais se esqueça,
Meu amor não tem pé nem cabeça..."
Postado por Rômulo Chaul