Pela praia que deixas
Pelo sol que se deita
Longe das pedras do cais
Choro contigo barco
Manhã talvez não chore mais
Choro meu choro parco
Neném que a mãe não mais aleita
Choro a caça que espreita
Bem perto à mira do algoz
Choro catarinetas
Manhã alguém chora por nós
Choro contigo barco
Nas ondas vagas incertas
As nossas velas abertas
São ferramentas do caos
Chore comigo barco
A sina de todas as naus
Choro saber que os açudes
Não são o mar,
Que não se pode guardar
Em alguidares de areia
Choro o destino das sereias
E o desatino do astrolábio
Choro saber que o homem sábio
Pode morrer
Se não souber nadar