29 de abr. de 2011

Poema


Bem eu

Eu não gosto da bagunça

Do meio da pista, do frevo

Prefiro observar de canto

Enquanto vejo a zona passar

Eu odeio que me encostem

Cotovelo, bunda ou cerveja gelada

Só me deixem encontrar meu espaço

E simplesmente dançar

Eu odeio coração aflito

Pele de desconhecido

Gostar de quem não devia

- não me acordem antes do meio dia

O dia pra mim começa

Quando anoitece aqui

Eu gosto de carinho violento

De falar, estar certa

De não ter aonde ir.

Quem não me conhece

Que me compra mesmo.

O que aparento

É mais meio do que inteiro
Certeiro é quem erra

Em mim.

Não
insista em dar parecer

Ninguém sabe,

Mas eu tenho coração de moça

-Eu sou mole demais por dentro pra deixar todo mundo ver.

.

(Rômulo Chaul)

18 de abr. de 2011

Poema


Trato


Seu cheiro de batom barato

Nosso contrato:

Atrito resvala,

Saudade é penicilina


Nessa solidão

Que nos equipara

Carência vira tara

Afago é vaselina


Entretanto essa menina

É cilada

Armada de jeito

Que pega e consome o leito


Reabre feridas

Mas tem aquela desilusão

Que chama,

Atrai feito imã


Tristeza de quem ama

Dessa eu sei.

Eu tinha.

Aquela solidão menina,

Aquela solidão era minha!


.

(Rômulo Chaul)


7 de abr. de 2011

Poema


Conclusão


Fim de papo

Fim da linha

Chega ao fim

A jornada preterida


Ferida em aspectos

Tais e banais

Tidos mais

Como amor


Errou quem pensou

Que aqui havia

Lugar

Todo dia: pega pra capar.


Acaba que deixa

Tudo meio

Alheio ao carnaval

Que corria


Sem pressa

Foi menos seresta

E mais folia

Jesus, Virgem Maria


Agora não há

Quem salve

Tamanho fracasso:

A paixão morre no dia a dia

.

(Rômulo Chaul)